Desamor ~

Ontem acidentalmente ouvir alguém dizer "Eu te amei", e confesso que essa frase mim incomodou, incomodou porque uma palavra tão forte e bela não tem mais peso algum, hoje todo mundo ama e desama a toda hora, sinceramente eu não acredito que se possa amar alguém sem um conhecimento prévio de seu contexto de vida, suas qualidades, crenças e defeitos adoráveis, mas acredito que possa haver atração, carinho, paixão que durante seu crescimento conduzindo ao tão raro e desejado, porque uma vez manifestado o amor enraizá nas veias, crava-se no coração como um parasita, e permanece pra sempre feito tatuagem sobre a pele, ou uma escultura entalhada na rocha, porem seu sentido vem sendo deturpado, como se ele fosse um mero estado de espirito, o verdadeiro amor resiste a todas tempestades, vendavais e furacões, porque ele é completo por si só, porem sua essência esta sendo transformada nesse amor cliché e precipitado que estamos acostumados a ver propagado por ai.

Amor muitos usam e poucos sentem.

Encanto

Vila Tarsila é um espetáculo de dança apresentado pela Cia. Druw, e inspirado nas obras de Tarsila do Amaral, um verdadeiro encanto aos olhos, com um toque delicado das artes plasticas o espetáculo da vida ao Abaporu,  chamando a atenção também pelos  movimentos corporais muito graciosos por sinal.  
Vila Tarsila é além de tudo um espetáculo completo, com tracos bem leves e infantis ele encanta e nos convida a dar um passeio pela infância da grande artista Tarsila do Amaral onde as brincadeiras de roda e a curiosidade de uma criança eram presentes, em uma mistura de danças, musica, formas e muita brincadeira, eis o tipo de espetáculo que poderíamos assistir durante uma noite inteira e não se cansar.

Pacto de Sangue

Pacto de sangue de Billy Wilder lançado em 1944 é considerado como um dos principais filmes do gênero film noir, baseado em um fato real. Com um cenário escuro e melancólico, o filme conta a historia de Phyllis mulher ardilosa e dissimulada, que seduz Walter um corretor de seguros, convencendo-o a assassinar o marido, apos ter-lo feito assinar uma apólice de seguro milionário sem que ele próprio soubesse o que estava assinando, todo crime é minuciosamente planejado a parecer ter sido um acidente de trem, 
O filme começa com uma confissão de Wilder retomando em flech beck toda a historia, que ficou para trás, a seu chefe e melhor amigo Keys. 
Outro ponto interessante é que Hollywood na época se encontrava sobre uma forte pressão do código hays que censurava a mostra de cadáveres, cenas de sexo e etc, porem mesmo assim  Wilder conseguiu de uma forma irônica incrementar todos esses elementos sem expor em imagens.

Nua e crua ~

Sinto que preciso matar algo dentro de mim, também sinto que esse algo está agonizando aos poucos, feito um lobo salvagem em seu ultimo suspiro, sua morte não é uma questão de escolha, ela é necessária para que  eu renasça das cinzas como a Fênix. 
Hoje aproveitando a solidão de um dia entediante como outro qualquer, sentei em um banco de praça para observar as pessoas, todas passam umas pelas outras, subindo e descendo automaticamente como robôs, encarceradas em seus mundinhos hipócritas, seguindo os mesmos caminhos, fazendo as mesmas coisas monótonas, alguns ainda se dão ao trabalho de repetir um "bom dia" automático ou forcam um sorriso vazio. Somos todos marionetes sendo controlados pelas mãos gigantescas de uma sociedade hipócrita.
Quero arrancar as mascaras, quero ver as pessoas despidas como elas são, quero a sinceridade do "não fui com a sua cara" do " o seu batom ta borrado" a ter que suportar os olhares de repulsa, com conceitos que foram impostos pelos outros, quero o adeus não dito, quero o beijo roubado, o abraço sem permição. Porque tentar camuflar a vida real com fantasias de filmes note americanos, se a graça esta na essência de ser como ela é, nua e crua, porque inventar uma beleza que não existe? Será que o que se parece belo aos nossos olhos é mesmo tão belo assim? Pra que falar em mascaras se todos sem exceções as usam, pra que falar em ética, moral, bons costumes se é tudo plantado mecanicamente e nada existe de fato, estou cansada de tantas teorias, eu quero a cara "feia" da realidade, quero abraçar sem medo, beijar a face de quem mim faz bem sem constrangimentos, quero dizer que amo sem rejeição, quero comer brigadeiro de panela com a mão sem parecer mal educada, quero viver sem repressões, quero quebrar as correntes, romper os casulos.
A ditadura já acabou!!!

Apenas uma Diversão 

Ontem a noite fui assistir a peça "Brigitte Confidencial", um monologo com caráter meio circense, ate que foi apropriado para o meu estado de humor, confesso que mim fez ri, mas  não passou disso, da monótona improvisação, e se não era um improviso pelo menos foi o que pareceu. 

Desabafos Tristes

Eu queria seguir, seguir em frente,  indiferente, sem olhar para traz, eu queria esquecer, queria viver, reviver, não mais lembrando, não mais sofrendo por tolices, não queria ser sensível, digo e repito que não sou, mas a quem eu estou enganando? se coisas tão pequenas mim ferem, eu simplesmente não consigo esquecer quando já se tornou inesquecível, eu posso cantar o mais alto que minha gargante permiti, incomodar os vizinhos com o choro do meu violão, gritar, rodar a casa procurando o que fazer ou fazer de novo o que já fiz pra abafar a dor, pra que vejam o meu riso, mas o que adianta se ele é vazio. Eu queria saber o que é ser amado, o que é ser cuidado, eu queria entender que raios é amizade, daquelas que ficam e nos acalentam, não as que passam como brisa fresca e vão embora, como se nunca tivessem existido.
Entendo e não critico porque tantas pessoas escolhem a morte como ponto de refugio, ela é calma, pacifica, mas também existe esse maldito instinto de sobrevivência, essa covardia que insiste em mim pegar pelo pé, o apodrecimento do corpo não é, e nunca será a única forma existente de morte, as palavras, as atitudes, a maldita indiferença todas elas tem um poder bem maior de nos matar por dentro, assim aos poucos, sangramos até a morte e não há remédio nem curativos que resolvam, definhamos pouco a pouco, cada dia mais. 
Do que adianta ser apenas um corpo vazio a vagar por ai? Se a alma já não existe, ser apenas um peso a mais sendo equilibrado pela gravidade terrestre, apenas um vulto a passar pelas sombras da descrença. 

Absorvendo Cultura

Ontem a noite fui assistir ao espetáculo "Itanhy- A Morte da Alma" do sergipano Hunald Fontes de Alencar. Bom! No inicio confesso ter ficado meio perdida com relação ao que estava se passando no palco, porém depois de uns cinco minutos de espetáculo, fomos tragados para dento desse universo louco e contraditório que é a disputa de poder entre as forças politicas e a luta da classe operaria. Ouso dizer ainda que mim surpreendeu as cenas de drama, tortura e repressão nos dando a impressão de estar assistindo a um dos filmes de Cassavetes.

Inspiração 

Alguma pessoas dizem que fonte de inspiração não existe, eu literalmente não concordo, pois já passei horas com uma falha de papel em branco sem conseguir fazer nada, em outras nem preciso de uma folha de papel, as forma e contornos se fixam na mente, e só se afastam de mim quando as tenho concretizado em forma de desenhos ou palavras.
Pra mim inspirar alguma coisa tem que mim tocar, tem que ir lá no mais fundo das profundezas de minha alma e mim mostrar o que talvez eu não consiga ver a olho nu. Coisas mim inspiram, pessoas muito raramente mas confesso ter sido tragada por uma inspiração avassaladora em um certo par de olhos misteriosos, que penetraram em minha alma, fazendo transbordar de mim uma coragem que eu nem sabia que existia.

Lagrimas 

Lagrimas são apenas gritos desesperados da alma, são rasgos sangrentos que nos despedaça por dentro sem a nossa devida permissão, elas escapam em um vão momento nos obrigando a  dizer para os outros que é uma alergia qualquer, uma irritação, quando na verdade quem está irritado é o coração, irritado e cansado, de ser tratado como coisa insignificante e invisível, como diz o grande poeta Augusto dos Anjos "um fantasma que se refugia na sombra", então entramos em um dilema, será melhor se afastar de tudo o que nos faz bem e nos deixar levar pelo acaso? Será que o contrario é tão ruim assim como dizem?  Como ser feliz se tudo que nos faz bem acaba nos magoando, nos machucando? Como saber se tudo na vida é uma grande contradição!

Menina Miúda~

Para falar de encanto resolvi falar um pouco de "Menina Miúda", espetáculo dirigido e escrito por Euler lopes e apresentado pelo grupo sergipano A Tua Lona. 
A historia gira em torno de Constância menina apaixona, que se faz de difícil, e um tal de Zé, jovem galanteador que faz de tudo para conquistar a amada,  envolvendo a plateia em um emaranhado de sentimentos um tanto, romântico e gracioso, e tudo isso misturado com um jeitinho nordestino de ser, o que nos lembra as tão famosas e encantadoras historias de cordel.
A peça montada ao ar livre, nos traz a nostalgia das casinhas de interior, com varias janelas e flores no quintal, o que aumenta ainda mais a sua beleza, outro ponto marcante é a sintonia entre os atores e a interatividade com a plateia, o que prende nossa atenção e nos faz pedir bis.

Mais uma do palco giratório

Hoje foi a  vez da peça "O Amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas", apresentado pela trupe "Ensaia aqui e acolá" de Pernambuco, é uma peça construída em cima da estética do circo-teatro e conta a historia de uma moça que se apaixona por um certo Leandro Dantas, romance esse que não é aprovado pela família dela, que quase a obriga a casar-se com um primo metido a espertalhão, porém é ai que entra a parte mais cliché e a mais importante também, o amor, eita bichinho tinhoso de teimoso, e é graças a ele que a família foi salva, e o priminho espertalhão desmascarado.
Essa peça possui um certo equilíbrio entre o serio e o cômico misturando amor, ambição, musica e dança e tudo delicadamente e milimetricamente organizado, tem também a leveza dos atores em cena, o que nos encanta e fascina, prendendo nossa total atenção e deixando no fim do espetáculo um gostinho de quero mais.

Quando a Luz Apaga

Ontem a noite fui assistir ao espetáculo de dança "Quando a Luz Apaga"  que faz parte do projeto Palco giratório do Sesc.
O espetáculo começa com uma suposta bailarina e seus movimentos leves e graciosos no escuro, o que inicialmente lembra "A Morte do Cisne", porém em uma fração de segundos a suposta bailarina se transforma em uma espece de monstro esquisito, e assim segue o espetáculo com figuras escabrosas, e movimentos corpóreos muito bem elaborados, o que nos remete a loucura humana e suas crendices.
Ouso dizer ainda que este espetáculo muito inspirador por sinal, nos leva a um passeio pela mitologia  grega, ao oberarmos uma figura que mais lembrava a Medusa e seus belos cabelos de cobra. Outra coisa curiosa é a forma como somos arrastados para dentro do espetáculo, não apenas pelos efeitos especiais mas também pela aproximação dos atores com a publico, nos surpreendendo e nos confundindo os olhos quando os atores se infiltram na plateia, com as luzes apagadas e começam a piscar com lanternas em diferentes pontos.
Espetáculo muito inspirador...

Desabafos!

Vivo de momentos, instantes estraçalhados que mim aguardam no canto da estante vazia, retalhos de historias perdidas, cacos quebrados de historias inexistentes, mim reviro do avesso, mas o que diz minha outra metade? Um lado sem rosto que habita no preto e branco de uma fotografia qualquer.

Casamento suspeitoso

 Quem mim conhece sabe muito bem que eu particularmente não gosto muito de comedias, pelo simples fato de que na maioria das vezes as pessoas apelam para a vulgaridade, como se tudo que fosse engraçado precisasse ser vulgar. 
Bom mas falando da peça de Ariano Suassuna uma comedia muitíssimo engraçada, Casamento Suspeitoso é uma das pouquíssimas peças que assisti que flui de uma maneira natural, sem exageros eu diria até que inocente, até porque o Geraldo ele carrega uma certa inocência com relação a noiva Lucia que só quer se casar por interesse, é fato que a sacanagem faz parte da vida e tem que ser discutida tanto no teatro como no cinema, porém na minha opinião quem trabalha no meio deve tomar cuidado, para que os exageros não virem pornografia, e o interessante do Casamento Suspeitoso é justamente essa moderação, até as "insinuações" do Gaspar são leves e cômicas e consequentemente nos arrancam a gargalhada.
A metamorfose ela faz parte do ator, ele se transforma, se reinventa, se renova o que é muito importante, mas sempre mantendo a alegria e a satisfação, o ator que consegue brincar em cena, brincar com sigo mesmo, com o personagem ele consegue romper a superficialidade tornado tudo mais leve, e essa foi a maior característica que pude observar.  

Floresta dos Lamentos

Filme de Naomi Kawase lançado em 2007 que aborda o luto de uma forma um tanto magica eu diria numa mistura de dramaticidade e poesia, a câmera rodopia por entre as paisagens nos levando junto com ela para dentro do filme, nos levando a sentir todas as emoções que nos chocam e nos acalentam. 
O filme nos leva para dentro de uma floresta, a floresta dos lamentos, a floresta de nossas almas, com coisas belas mas também com coisas podres e estraçalhadas e como diz uma das personagens "não existe uma forma definida" o que existe são apenas o corpo e a mente, se você come você esta vivo mas você pode também não se sentir vivo. 
O Sr. Shigeki e Machik correm, se diverte em quanto uma cuida o outro precisa ser cuidado há afeto, interação, paciência e carinho. Filme realmente encantador.