quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Persona

Filme de Ingmar Bergman lançado em 1966, confesso que a legenda mim atrapalhou um pouco porque as vezes ela ficava em cima do fundo branco e não dava para ler direito. O filme é composto por vários recortes de filmes e imagens que nada tem a ver com o a historia, no inicio podemos ver a própria câmera e rolos de filmes sendo rodados, a partir dai varias imagens começam a passar pela tela, como uma ovelha sendo morta, mãos pregadas na madeira, em uma tentativa de humor negro talvez, ou uma piada interna do diretor, em uma sala branca vários corpos que inicialmente parecem sem vida, mas de repente um garoto levanta, em uma tela aparece o rosto de uma mulher que vai mudando aos poucos, o menino acaricia a tela, e em fim o filme começa literalmente, a historia é sobre a Sra. Elisabet Vogler (Liv Ullmann) uma atriz perturbada que escolheu o silencio como refugio e Alma (Bibi Andersson) uma enfermeira com um passado rebelde. Pela TV Elisabet vê um noticiário onde um monge colocou fogo no próprio corpo em praça publica em Saigon no Vietnã em forma de protesto contra a perseguição religiosa, e isso a choca, momentos mais tarde ela recebe uma carta com uma foto de uma criança supostamente a criança do inicio do filme, por ordem medica Elisabet e Alma vão para uma casa perto da praia, onde Elisabet melhora consideravelmente seu estado, as duas se desentendem por causa de uma carta que Elisabet escreve a seu medico e aqui começa um belo conflito.
Uma coisa muito interessante é um  triller onde a câmera acompanha por mais de um quilometro os personagens correndo na praia, chega um momento no filme em que as duas se confundem, feito negativas sobrepostas, transformando-se em uma só, isso fica claro quando o marido de Elisabet fala com Alma como se ela fosse a própria Elisabet, Elisabet  chega por traz mas não interrompe o dialogo que se desenrola com sua enfermeira, no inicio Alma recua mas depois ela o abraça, na cena seguinte existe um duplo ponto de vista quando Elisabet tenta esconder a foto do filho de Alma e esta ao pegara a foto da seu parecer como se quem falasse fosse a consciência da própria Elisabet, e por fim quando elas vão embora da casa é apenas Alma que sai, deixando a pergunta será que este tempo todo era Elisabet e Alma uma só? E se sim estaria ela a se alto analisar? ... O filme termina como começou, com o garoto acariciando o rosto da mulher na tela supostamente sua mãe. 

Um comentário:

  1. Olá!Boa tarde, Maria!
    ah sim ...bela análise, Persona é um filme que se desenvolve de modo elíptico e não linear, uma metalinguagem, A idéia de ilusão de realidade é desfeita pela sua falta de cores e ampliados através da construção simbólica das
    imagens. As diversas nuances de cinza ressaltam a frieza da realidade, da
    incomunicabilidade e do isolamento do colorido do mundo...Bom filme, eu gostei!
    Agradeço pelo carinho, belos dias, beijos!

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